segunda-feira, 13 de abril de 2015

Finalmente

Terminei o primeiro rascunho apresentável do meu romance. Em dezembro tinha terminado uma primeira versão da coisa toda (digo, com todas as cenas escritas, na ordem, mesmo), mas decidi dar uma última revisada antes de declarar o negócio como pronto... ou mais ou menos pronto, já que ainda vai ter de passar por um editor. Ficou um monstro bem grande, mais de seiscentas páginas... Agora é a busca por alguma casa editorial que publique o negócio. Desejem-me sorte.

Tá sendo até estranho sair do trabalho e me dar conta que eu realmente não tenho uma obrigação me esperando quando eu chegar em casa... ainda que eu não conseguisse manter minha meta de trabalhar no manuscrito todos os dias e ficasse vendo mais e mais episódios de Bobs Burger noite adentro, ainda havia a coceira no fundo do meu cérebro me xingando de preguiçoso, preguiçoso, preguiçoso. Lembro (claro, mas juro que estou melhorando nos últimos meses) do Foster Wallace falando de uma comparação que o Delillo (ha! na verdade é o Delillo) escreveu no Mao II:

"onde ele descreve o livro-em-andamento como uma espécie de criança pequena horrivelmente danificada que persegue o escritor, para sempre rastejando atrás dele (se arrastando pelo chão de restaurantes onde o escritor está tentando comer, aparecendo ao pé da cama sendo a primeira coisa na manhã, etc), horrivelmente defeituoso, hidrocefálico e sem nariz e com braços-nadadeira e incontinente e retardado e babando fluído cerebrospinal de sua boca enquanto ele mia e gorgoleja e grita pela atenção do escritor, querendo amor, querendo exatamente a coisa que sua feiura absurda garante que ele conseguirá: a atenção completa do escritor."

Estou já com uma ideia para um próximo romance, mas vou me dar umas férias de alguns meses, nem que seja para leituras. Nessas últimas semanas de revisão eu nem conseguia ler nada direito. Comecei anteontem o Moby Dick e estou adorando.

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Ah, muito recomendado o novo curta do gênio Hertzfeldt (um cara que pra mim tá no patamar Chris Ware, David Foster Wallace, Beethoven, etc): https://vimeo.com/ondemand/worldoftomorrow . É pago, verdade, mas vale cada centavo.