sábado, 10 de outubro de 2015

Saudosos tempos em que tínhamos escritores de verdade.

Raciocínio que eu só tive semana passada, depois de muito tempo com a faca e o queijo na mão: ao estudar antiguidade, os especialistas repetem várias vezes que o que se narra em Homero, até mesmo na época em que os poemas existiam apenas oralmente, é o Tempo de Ouro, em que os heróis eram bem mais do que os contemporâneos jamais conseguiriam ser: mais fortes, poderosos, ágeis, sagazes e tudo mais, que era até possível cultivar virtudes e tentar tomá-los como exemplos de vida e agir, mas que a excelência deles pertence a outra categoria, inalcançável... agora, como que eu nunca tinha feito até poucos dias atrás a conexão dessa ideia ou estrutura de pensamento com o endeusamento agigantado do cânone artístico (que quase sempre desenha panoramas homogeneamente catastróficos para o contemporâneo, que seria tudo muito ruim, tudo vendido, que não tem ninguém que seja sério) é um mistério.

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